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Minha história de amor com o pão

Pão é arte e ciência. É química. É biologia. É alquimia.  Sua história mistura-se com a história do próprio Homem. Está presente na cultura e nas tradições de cada país, na religião e por vezes, até na política, como a do “pannis et circences”.

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O pão está presente na minha historia. Faz parte das minhas memórias. Minha mãe costumava fazer pão para o lanche da tarde. Lembro-me de espiar escondida a massa descansando e de me surpreender ao vê-la tão crescida. Ela pedia paciência para esperar o pão ficar pronto até quando eu desistia de ficar ao lado do forno e me distraia brincando. E de repende sentia aquele cheirinho do pão! Na casa da vovó e das tias, não era diferente: rosquinhas, pães, broas e pão-de-queijo! Cada uma com sua receita especial!

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E, por isso, para mim, o pão é tão encantador. Mais tarde, viajando pela Europa, descobri os pães artesanais com suas cores, aromas e sabores complexos. Conheci o levain e a fermentação longa e não quis mais comer o pão industrializado, feito rapidamente, branco e sem sabor.

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Sou cirurgiã-dentista de formação. Segui a carreira acadêmica por alguns anos após concluir meu Mestrado e Doutorado e tornei-me professora de Anatomia. Hoje, muitos me perguntam o porquê de escolher o ofício de padeira, em uma área tão diferente. Respondo que além da minha paixão, assar um pão artesanal vai além de misturar os ingredientes de uma receita. Minha cozinha tansforma-se em um laboratório de reações químicas. E como em um experimento científico, tento alcançar, por meio de técnicas e recursos que aprendi, o resultado que desejo. Seja ele uma casca mais crocante, um miolo alveolado, uma maior riqueza de sabor e aroma obtidos a partir de ingredientes tão simples como farinha, água e sal. Isso não é fascinante?

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